Com a crise ecológica e a necessidade de mudança, a sustentabilidade tem aparecido muito na mídia ultimamente e já está afetando as nossas vidas e maneira de pensar. Nesse contexto, tem despertado o interesse de muitos setores de produção, como a construção civil e arquitetura, fazendo surgir no Brasil um mercado que tem crescido, o da construção verde. Esse tipo de construção, antes restrito a grandes empreendimentos, está chegando nos de menor escala e satisfazendo os moradores. Nos EUA, o número de edifícios verdes devem aumentar até 18% até 2015, graças ao reconhecimento de potencial de redução de custos e a incentivos governamentais. No Brasil, a câmara já estuda junto aos bancos e instituições financeiras o financiamento e incentivo a esse tipo de obras.
Para ser sustentável, qualquer empreendimento humano deve ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Além do aproveitamento dos recursos naturais, de água e energia, há preocupação com os materiais utilizados e transporte do mesmo, o impacto que vai haver na comunidade, geração de resíduos e em criar ambientes saudáveis utilizando tecnologias para regular acústica e temperatura. Esse tipo de construção não deve agredir o meio ambiente seja no processo de obtenção e fabricação de materiais, durante a construção e nem depois de finalizada. Os custos de construções como essa costumam exigir um valor inicial 5% maior que a média, mas esse valor acaba sendo compensado com a economia na manutenção e operação da casa, que pode chegar a 25%.
Cresce também a busca por selos de certificação ambiental, até mesmo pela propaganda e valorização do produto. O Brasil acabou de conquistar o quinto lugar em um ranking produzido pela empresa Leed (Liderança em energia e design ambiental) de países com mais construções certificadas com selo verde. Ficou atrás apenas dos Estados Unidos, Emirados Árabes, Canadá e China. E nosso país espera aumentar ainda mais esse número com as construções voltadas para as competições esportivas que acontecerão aqui nos anos de 2014 e 2016. O Sindicato da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco) lançou em 2010, a carta verde com recomendações para que os projetos para a Copa de 2014 adotem práticas de construção, urbanismo inclusivo e materiais como menor impacto ambiental.
Para quem ainda mora em construções tradicionais e se preocupa com o meio ambiente, há algumas soluções simples de uso racional que podem ser colocadas em prática como as citadas abaixo:
· Desligue os aparelhos eletrônicos da tomada sem deixá-los no modo “stand by”;
· Utilize lâmpadas econômicas (fluorescentes);
· Utilize mais a luz e ventilação naturais, com janelas amplas;
· Ao comprar eletrodomésticos, escolha os com a maior eficiência energética;
· Coloque a comida em recipientes, de modo a reduzir as trocas de água entre alimentos e o ar interior do refrigerador;
· Feche a torneira ao se ensaboar ou escovar os dentes;
· Utilize misturadores de ar no chuveiro;
· Pinte de branco superfícies expostas diretamente ao sol, como telhados e chão, aumentando o conforto térmico;
· Capte e utilize a água da chuva para irrigar quintais e lavar calçadas.
Se realmente essa idéia se multiplicar cada vez mais, chegando em escala global e se popularizando, teremos mais uma arma na luta contra a crise ambiental.
Patrícia Valim
Fontes consultadas: